PESCA
A
pesca sempre foi de extrema importância para as famílias de Itaituba,
inicialmente, todos tinham no pescado um grande potencial para alimentar seus
familiares. O fato da cidade ser
construída a beira do Rio Tapajós, favoreceu o exercício desta atividade. Não
existia assistência técnica e social aos pescadores porque era mais pra
sobrevivência mesmo e para o lazer. Tudo
era feito de maneira bem rudimentar sem equipamentos adequados como existem
hoje. As embarcações utilizadas eram a remo e a vara (canoa e montaria) e os
instrumentos eram: rede de espera, tarrafa, espinhel, linha, anzol, arco e
flexa, arpão, linha de mão e viveiro. Até a década de 80, a produção pesqueira
era consumida somente no município. Alguns nomes das primeiras famílias se destacaram
na pesca, por exemplo: Rui Mesquita,
João Por Deus, Felipe Salomão, Mário Leite Melo, Ângelo Padeiro, Lázaro Baima,
Aramanahi Couto, Samuel Bemerguy. Alcebíades Macedo, “Zé Bomba” e outros pais
de família Itaitubense.
Ao longo dos anos, a pesca
foi se profissionalizando na região e, foi necessário implantar as Colônias de
Pesca para ordenar a atividade, bem como para legitimar os direitos dos
pescadores que hoje, vivem desta atividade econômica. O aparecimento dos órgãos ambientais e de assistência
social ao pescador foram se instalando no município e isso veio a contribuir
com o monitoramento da atividade.
“A organização social dos pescadores concentra-se nas colônias de
pescadores. A colônia de pescadores do município de Itaituba (Z-56) tem 659
pescadores cadastrados (homens e mulheres), sendo 633 da pesca artesanal. No
ano de 2007, 395 pescadores
receberam o seguro desemprego, referente ao período de defeso. Em comunidades
menores distantes da sede do município existem núcleos que representam as
colônias. A colônia do município de Trairão possui 49 sócios, sendo que 33
recebem o seguro desemprego. A colônia do município de Aveiro (Z-52) possui 420
pescadores cadastrados e 135 recebem o benefício (Isaac et al., 2008).
Mesmo
com o benefício do Seguro de Defeso pago pelo Governo Federal para os
pescadores cadastrados, nas colônias como a Z-56 de Itaituba, a Z-52 de Aveiro
e a Z-77 de Jacareacanga ainda são registradas manifestações de inconformidade,
motivadas pela pesca predatória e pela prática ilegal da pesca por pessoas não
cadastradas, que desrespeitam os regulamentos de proteção das espécies durante
a desova. Os pescadores afirmam que o desaparecimento do pescado se deve
principalmente à falta de fiscalização nos rios e lagos da região.”
Dados do livro "Ecorregiões
Aquáticas Xingu-Tapajós" - 2012, pg 175-192.
Foto de Lilo Clareto
Pescador na Região de São Luis do Tapajós / PIMENTAL
Arquivo de Família: Pescaria feita por Alcebíades Macedo (Alcir)- in memorian e Augusto, outro grande pescador.
Cássio Norberto Costa Couto vem de uma família tradicional de pescadores e representa a categoria profissional com registro trabalhista e tudo que caracteriza a atividade da pesca atualmente em Itaituba. Cássio é filho de Cassiporé Couto(in memorian) que atravessava a nado o Rio Tapajós até o Miritituba.
Texto e edição geral por Fátima do Socorro Gomes Costa - Turismóloga atuante no Museu desde Setembro 2019