quarta-feira, 6 de novembro de 2019

CICLOS ECONÔMICOS DE ITAITUBA - SALA DA PESCA Mário Leite Melo



PESCA

 

A pesca sempre foi de extrema importância para as famílias de Itaituba, inicialmente, todos tinham no pescado um grande potencial para alimentar seus familiares.  O fato da cidade ser construída a beira do Rio Tapajós, favoreceu o exercício desta atividade. Não existia assistência técnica e social aos pescadores porque era mais pra sobrevivência mesmo e para o lazer.  Tudo era feito de maneira bem rudimentar sem equipamentos adequados como existem hoje. As embarcações utilizadas eram a remo e a vara (canoa e montaria) e os instrumentos eram: rede de espera, tarrafa, espinhel, linha, anzol, arco e flexa, arpão, linha de mão e viveiro. Até a década de 80, a produção pesqueira era consumida somente no município.   Alguns nomes das primeiras famílias se destacaram na pesca, por exemplo:  Rui Mesquita, João Por Deus, Felipe Salomão, Mário Leite Melo, Ângelo Padeiro, Lázaro Baima, Aramanahi Couto, Samuel Bemerguy. Alcebíades Macedo, “Zé Bomba” e outros pais de família Itaitubense.
Ao longo dos anos, a pesca foi se profissionalizando na região e, foi necessário implantar as Colônias de Pesca para ordenar a atividade, bem como para legitimar os direitos dos pescadores que hoje, vivem desta atividade econômica.  O aparecimento dos órgãos ambientais e de assistência social ao pescador foram se instalando no município e isso veio a contribuir com o monitoramento da atividade.
A organização social dos pescadores concentra-se nas colônias de pescadores. A colônia de pescadores do município de Itaituba (Z-56) tem 659 pescadores cadastrados (homens e mulheres), sendo 633 da pesca artesanal. No ano de 2007, 395 pescadores receberam o seguro desemprego, referente ao período de defeso. Em comunidades menores distantes da sede do município existem núcleos que representam as colônias. A colônia do município de Trairão possui 49 sócios, sendo que 33 recebem o seguro desemprego. A colônia do município de Aveiro (Z-52) possui 420 pescadores cadastrados e 135 recebem o benefício (Isaac et al., 2008).
Mesmo com o benefício do Seguro de Defeso pago pelo Governo Federal para os pescadores cadastrados, nas colônias como a Z-56 de Itaituba, a Z-52 de Aveiro e a Z-77 de Jacareacanga ainda são registradas manifestações de inconformidade, motivadas pela pesca predatória e pela prática ilegal da pesca por pessoas não cadastradas, que desrespeitam os regulamentos de proteção das espécies durante a desova. Os pescadores afirmam que o desaparecimento do pescado se deve principalmente à falta de fiscalização nos rios e lagos da região.”
Dados do livro "Ecorregiões Aquáticas Xingu-Tapajós" - 2012, pg 175-192.


          


  
                                                                                                                                                                            
                                           Foto  de Lilo Clareto  



                                          Pescador na Região de São Luis do Tapajós / PIMENTAL

                          Arquivo de Família: Pescaria feita por Alcebíades Macedo  (Alcir)- in memorian e Augusto, outro grande pescador.  

Cássio Norberto Costa Couto vem de uma família tradicional de pescadores e representa a categoria profissional com registro trabalhista e tudo que caracteriza a atividade da pesca atualmente em Itaituba. Cássio é filho de Cassiporé Couto(in memorian) que atravessava a nado o Rio Tapajós até o Miritituba.


Texto e edição geral por Fátima do Socorro Gomes Costa - Turismóloga atuante no Museu  desde Setembro 2019 

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