sábado, 2 de maio de 2020

VIDEO da História de Fordlândia, reportagem da TV Tapajorá.




Em 1876 , um botânico inglês erradicado em Santarém
consegue contrabandear 70.000 mudas de “Haveas
Brasilienses” para os Reais Jardins Botânicos de Londres,
onde mais tarde foram transformadas geneticamente nas
mudas plantadas na Asia e na Europa, acabando assim
com a hegemonia Brasileira no comércio mundial de
Látex que até então vivia uma época de ouro no Brasil.
Começa aqui a formação de um cartel inglês de produtores
de Látex que alguns anos depois já em plena produção
manipulariam preços e condições ao mercado
americano  representando uma pedra no sapato de Henry Ford,
Firestonee outros produtores americanos que utilizavam cada
vez mais borracha em seus processos de produção industrial.
Em 1914 , Henry Ford causa um abalo
sísmico na indústria americana estipulando o dia de 5 dólares
por dia de 8 horas o que representava quase o dobro
do padrão industrial da época elevando assim as condições
sociais de seus empregados sendo acusado de trair sua classe.
Ford consegue com isso arregimentar milhões de empregados
e inicia seu grande modelo de idealismo americano - O Fordismo
Em pouco tempo Ford conseguia atribuir suas atividades
que se dividiam em melhorar os processos de produção
continuamente sempre amparado pela filosofia de que o homem
deve ter ao seu redor tudo que lhe proporcione segurança,
saúde e educação. A maior parte de seus empregados era
composta por imigrantes da Polônia, Russia, Itália, dos
impérios Húngaros e Otomanos que já estavam se desintegrando.
Ford criou um mecanismo de abundância do capitalismo para
seus empregados, que facilitava o consumo por produtos que
eles mesmos fabricavam, pagando altos salários de forma que
se pudesse alcançar grandes mercados.
Henry Ford em 1914.
O anuncio do dia de 5 dólares e a popularidade
do Modelo T, que cada vez mais ganhava o mercado consumidor
por se tratar de veiculo de preço acessível, durável e familiar fizeram com que Ford alcançasse uma imagem cultuada de filósofo.
Filósofo este que começaria a idealizar novos modelos de sociedade baseadas em linhas contraditórias como a crença transcendalista na possibilidade da perfeição
do Homem, Ford era pacifista, sufragista e oponente a pena de morte.
Mas também era contra as tradições pois dizia ter inventado
a era moderna, “queremos viver o presente, a única história que vale alguma coisa é aquela que fazemos hoje!” dizia Ford.
Por outro lado era nostálgico pelo mundo que ajudara a destruir com raizes no seu passado rural de propriedades agrícolas onde nasceu, salientava provérbios rudes como: “autoconfiança e individualismo rude”, atacando por fins os grandes
centros urbanos e as cidades e suas estruturas de controle social como “Wall Street”e depois os Judeus em 1920.
cartaz dos modelos Ford em 1914
 Entre 1914 e 1920 foi um período de estonteante sucesso para Ford devido a prosperidade social que Ford pregava com o seu dia de 5 dólares. A empresa em pleno sucesso acabou por comprar todas as participações minoritárias sem dividendos para pagar e ainda Henry seguiu em  frente  no ano de 1917 com construção do maior complexo industrial da história, O River Rouge no distrito de Deaborn com 140 mil metros quadrados, noventa e três prédios, porto de aguas profundas, uma fundição que foi considerada a mior do mundo e capacidade de empregar mais de 100.000 funcionários.
Vista do complexo River-Rougue em Michigan
  Em 1920, uma grande depressão abalaria as estruturas americanas e Ford voltaria a criticar ferozmente as “cidades e os bancos” . A queda de consumo foi feroz revelando a vulnerabilidade das sociedades urbanas e rurais que estavam sob um novo regime de capitalismo de consumo. Bancos e empresas fecharam, muitos desempregados amontoavam-se pelas ruas atrás de comida e abrigo.
Tudo foi para o abismo impensável e demorou 2 anos para começar esboçar uma reação. Ford tirou uma grande conclusão deste fato de que ali por diante ele dedicaria boa parte de sua vida e de sua riqueza à resolução do problema tanto na indústria como no campo, procurando harmonizar as duas. “Não podemos comer nem vestir nossas máquinas” disse Ford. “Se o mundo fosse uma vasta fábrica, ele morreria. Quando a questão é manutenção da vida, vamos aos campos. Com um pé na  agricultura e outra na industria a América estará segura”.

Começaria aqui o mais ousado e polêmico programa social de Ford a “indústria na vila”no qual está inserido a idéia de Fordlândia mais a frente.

Uma nova jornada começaria para Henry Ford que até aqui já teria alcançado um sucesso inimaginável na área industrial, Ford esperava resolver o problema do excesso de trabalho rural transformando o campo e aplicando sistemas de beneficiamento de energia através de usinas hidroelétricas que liberariam as comunidades agrícolas dos altos preços cobrados pelos “ trustes da energia”.

Mas a mecanização da agricultura poderia empurrar os preços ainda mais para baixo levando a falência absoluta o campo em detrimento das grandes cidades então Ford tentava a todo custo encontrar saídas para industrialização de produtos agrícolas  para que fossem consumidos em maior escala nos grandes centros.

“Acredito que um dia o agricultor não irá cultivar somente matérias primas para a indústria, mas também irá fazer o processamento inicial em sua fazenda”. disse Ford.

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