Em
1876 , um botânico inglês erradicado em Santarém
consegue contrabandear
70.000 mudas de “Haveas
Brasilienses” para os Reais Jardins Botânicos
de Londres,
onde mais tarde foram transformadas geneticamente nas
mudas
plantadas na Asia e na Europa, acabando assim
com a hegemonia Brasileira
no comércio mundial de
Látex que até então vivia uma época de ouro no
Brasil.
Começa
aqui a formação de um cartel inglês de produtores
de Látex que alguns
anos depois já em plena produção
manipulariam preços e condições ao mercado
americano representando uma pedra no sapato de Henry Ford,
Firestonee outros produtores americanos que utilizavam cada
vez mais
borracha em seus processos de produção industrial.
Em 1914 , Henry Ford causa
um abalo
sísmico na indústria americana estipulando o dia de 5 dólares
por dia de 8 horas o que representava quase o dobro
do padrão industrial
da época elevando assim as condições
sociais de seus empregados sendo
acusado de trair sua classe.
Ford consegue com isso arregimentar milhões
de empregados
e inicia seu grande modelo de idealismo americano - O
Fordismo
Em
pouco tempo Ford conseguia atribuir suas atividades
que se dividiam em
melhorar os processos de produção
continuamente sempre amparado pela
filosofia de que o homem
deve ter ao seu redor tudo que lhe proporcione
segurança,
saúde e educação. A maior parte de seus empregados era
composta por imigrantes da Polônia, Russia, Itália, dos
impérios
Húngaros e Otomanos que já estavam se desintegrando.
Ford
criou um mecanismo de abundância do capitalismo para
seus empregados,
que facilitava o consumo por produtos que
eles mesmos fabricavam,
pagando altos salários de forma que
se pudesse alcançar grandes
mercados.
Henry Ford em 1914.
O
anuncio do dia de 5 dólares e a popularidade
do Modelo T, que cada vez
mais ganhava o mercado consumidor
por se tratar de veiculo de preço
acessível, durável e familiar fizeram com que Ford alcançasse uma imagem
cultuada de filósofo.
Filósofo
este que começaria a idealizar novos modelos de sociedade baseadas em
linhas contraditórias como a crença transcendalista na possibilidade da
perfeição
do Homem, Ford era pacifista, sufragista e oponente a pena de
morte.
Mas
também era contra as tradições pois dizia ter inventado
a era moderna,
“queremos viver o presente, a única história que vale alguma coisa é
aquela que fazemos hoje!” dizia Ford.
Por
outro lado era nostálgico pelo mundo que ajudara a destruir com raizes
no seu passado rural de propriedades agrícolas onde nasceu, salientava
provérbios rudes como: “autoconfiança e individualismo rude”, atacando
por fins os grandes
centros urbanos e as cidades e suas estruturas de
controle social como “Wall Street”e depois os Judeus em 1920.
cartaz dos modelos Ford em 1914
Entre
1914 e 1920 foi um período de estonteante sucesso para Ford devido a
prosperidade social que Ford pregava com o seu dia de 5 dólares. A
empresa em pleno sucesso acabou por comprar todas as participações
minoritárias sem dividendos para pagar e ainda Henry seguiu em frente
no ano de 1917 com construção do maior complexo industrial da história, O
River Rouge no distrito de Deaborn com 140 mil metros quadrados,
noventa e três prédios, porto de aguas profundas, uma fundição que foi
considerada a mior do mundo e capacidade de empregar mais de 100.000
funcionários.
Vista do complexo River-Rougue em Michigan
Em
1920, uma grande depressão abalaria as estruturas americanas e Ford
voltaria a criticar ferozmente as “cidades e os bancos” . A queda de
consumo foi feroz revelando a vulnerabilidade das sociedades urbanas e
rurais que estavam sob um novo regime de capitalismo de consumo. Bancos e
empresas fecharam, muitos desempregados amontoavam-se pelas ruas atrás
de comida e abrigo.
Tudo
foi para o abismo impensável e demorou 2 anos para começar esboçar uma
reação. Ford tirou uma grande conclusão deste fato de que ali por diante
ele dedicaria boa parte de sua vida e de sua riqueza à resolução do
problema tanto na indústria como no campo, procurando harmonizar as
duas. “Não podemos comer nem vestir nossas máquinas” disse Ford. “Se o
mundo fosse uma vasta fábrica, ele morreria. Quando a questão é
manutenção da vida, vamos aos campos. Com um pé na agricultura e outra
na industria a América estará segura”.
Começaria
aqui o mais ousado e polêmico programa social de Ford a “indústria na
vila”no qual está inserido a idéia de Fordlândia mais a frente.
Uma
nova jornada começaria para Henry Ford que até aqui já teria alcançado
um sucesso inimaginável na área industrial, Ford esperava resolver o
problema do excesso de trabalho rural transformando o campo e aplicando
sistemas de beneficiamento de energia através de usinas hidroelétricas
que liberariam as comunidades agrícolas dos altos preços cobrados pelos “
trustes da energia”.
Mas
a mecanização da agricultura poderia empurrar os preços ainda mais para
baixo levando a falência absoluta o campo em detrimento das grandes
cidades então Ford tentava a todo custo encontrar saídas para
industrialização de produtos agrícolas para que fossem consumidos em
maior escala nos grandes centros.
“Acredito
que um dia o agricultor não irá cultivar somente matérias primas para a
indústria, mas também irá fazer o processamento inicial em sua
fazenda”. disse Ford.
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